A língua africâner, também conhecida como afrikaans, é uma das línguas germânicas ocidentais. Originária da África do Sul, é falada principalmente pelos descendentes dos colonos holandeses, conhecidos como bôeres. Ao longo dos anos, o africâner tornou-se uma língua distinta, com sua própria gramática, vocabulário e pronúncia. Este artigo aborda a história da língua africâner, desde as suas origens até os dias atuais.
A história do africâner começa no século XVII, quando os colonos holandeses chegaram à África do Sul. Estes colonos, conhecidos como os bôeres, eram predominantemente de origem holandesa, mas também incluíam franceses, alemães e outros europeus. A língua falada por estes colonos era uma forma arcaica do holandês, que serviu como base para o desenvolvimento do africâner.
O africâner não se desenvolveu isoladamente. Ele foi influenciado por várias outras línguas ao longo dos séculos:
1. Holandês: A base do africâner é o holandês, especialmente o holandês do século XVII. A estrutura gramatical e grande parte do vocabulário do africâner são derivadas diretamente do holandês.
2. Português: Os marinheiros e comerciantes portugueses, que chegaram à África do Sul antes dos holandeses, influenciaram o vocabulário africâner. Palavras como “meel” (farinha) e “kraal” (curral) têm origem portuguesa.
3. Línguas Africanas: As línguas indígenas da África do Sul, como o xhosa e o zulu, também tiveram uma influência significativa no africâner. Isto é evidente em palavras e expressões que foram incorporadas ao vocabulário africâner.
4. Inglês: Durante a colonização britânica da África do Sul, o inglês também deixou sua marca no africâner. Muitas palavras e frases em africâner têm origem inglesa.
No século XVIII, o africâner começou a se diferenciar significativamente do holandês. Este processo de diferenciação foi acelerado por vários fatores:
1. Isolamento Geográfico: Os colonos bôeres se estabeleceram em áreas remotas da África do Sul, longe dos centros urbanos. Este isolamento levou ao desenvolvimento de um dialeto distinto.
2. Interação com Outras Culturas: A interação constante com povos indígenas e outros colonos europeus levou à incorporação de novas palavras e expressões.
3. Movimentos Sociais e Políticos: O desejo dos bôeres de se distinguir dos colonos britânicos e afirmar sua identidade cultural levou ao desenvolvimento e padronização do africâner.
No início do século XX, o africâner começou a ser reconhecido oficialmente como uma língua distinta do holandês. Em 1925, o africâner foi reconhecido como uma das línguas oficiais da África do Sul, juntamente com o inglês e o holandês. Este reconhecimento oficial levou à padronização da língua e ao desenvolvimento de uma literatura africâner rica e diversificada.
A literatura africâner é uma parte importante da cultura africâner. Desde o início do século XX, muitos escritores africâneres produziram obras literárias significativas:
1. Primeiro Período (1900-1930): Durante este período, a literatura africâner estava focada em temas nacionais e históricos. Escritores como C.J. Langenhoven e Eugène Marais exploraram a identidade africâner e a história dos bôeres.
2. Segundo Período (1930-1960): Este período viu o surgimento de escritores que exploraram temas sociais e psicológicos. N.P. van Wyk Louw e Uys Krige são exemplos de escritores desta época.
3. Terceiro Período (1960-1990): Durante este período, a literatura africâner foi fortemente influenciada pelo apartheid. Escritores como Breyten Breytenbach e André Brink criticaram o regime e exploraram temas de justiça social e direitos humanos.
4. Período Contemporâneo (1990-presente): Após o fim do apartheid, a literatura africâner continuou a evoluir. Escritores contemporâneos como Marlene van Niekerk e Deon Meyer exploram uma ampla gama de temas, desde a identidade cultural até o crime e a justiça.
A educação em africâner tem uma longa história na África do Sul. Desde o reconhecimento oficial do africâner como língua, ele foi amplamente utilizado como meio de instrução nas escolas e universidades:
1. Escolas Primárias e Secundárias: Muitas escolas na África do Sul oferecem educação em africâner. Estas escolas seguem um currículo que inclui literatura africâner, história e estudos culturais.
2. Universidades: Várias universidades sul-africanas oferecem cursos e programas em africâner. A Universidade de Stellenbosch é um exemplo de uma instituição que tem um forte foco na educação em africâner.
O africâner tem uma presença significativa na mídia sul-africana. Desde jornais e revistas até rádio e televisão, o africâner é amplamente utilizado:
1. Jornais e Revistas: Existem vários jornais e revistas publicados em africâner. Exemplos incluem “Die Burger” e “Huisgenoot”.
2. Rádio: Existem várias estações de rádio que transmitem em africâner, como “RSG” e “Radio Pretoria”.
3. Televisão: O africâner também tem uma presença significativa na televisão sul-africana. Canais como “kykNET” oferecem uma variedade de programas em africâner, incluindo notícias, entretenimento e educação.
No mundo moderno, o africâner continua a ser uma língua viva e dinâmica. Apesar dos desafios enfrentados pela comunidade africâner, a língua continua a prosperar:
1. Preservação da Cultura: Muitos falantes de africâner estão empenhados em preservar sua língua e cultura. Organizações culturais e educacionais trabalham para promover o uso do africâner.
2. Tecnologia e Inovação: O africâner também está presente no mundo digital. Existem websites, blogs e aplicações móveis em africâner, tornando a língua acessível a uma nova geração de falantes.
3. Globalização: Embora a globalização traga desafios para a preservação de línguas minoritárias, também oferece oportunidades. A diáspora africâner em países como a Austrália, o Canadá e os Estados Unidos ajuda a manter a língua viva fora da África do Sul.
Embora o africâner continue a ser uma língua importante na África do Sul, enfrenta vários desafios:
1. Políticas Linguísticas: As políticas linguísticas do governo sul-africano, que promovem o multilinguismo e o uso de línguas indígenas, podem afetar o status do africâner.
2. Pressões Sociais: A mudança social e demográfica na África do Sul pode levar a uma diminuição no uso do africâner, especialmente entre os jovens.
3. Educação: A necessidade de ensino em várias línguas pode dificultar a oferta de educação de qualidade em africâner.
Apesar destes desafios, muitos defensores do africâner estão otimistas quanto ao futuro da língua. Através de esforços contínuos de preservação e promoção, o africâner pode continuar a prosperar no século XXI e além.
A história da língua africâner é rica e complexa, refletindo a diversidade cultural e histórica da África do Sul. Desde as suas origens como um dialeto do holandês até a sua evolução como uma língua distinta, o africâner tem desempenhado um papel crucial na identidade cultural dos bôeres e outros falantes de africâner. Apesar dos desafios, o africâner continua a ser uma língua vibrante e dinâmica, com um papel importante na educação, na mídia e na vida cotidiana. Através de esforços contínuos de preservação e promoção, o africâner pode continuar a florescer e a enriquecer a paisagem linguística da África do Sul e além.
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